quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

A farsa do Queiroz e o jornalismo farsante do SBT Sistema Bolsonaro de televisão


Se os 1,2 milhão na conta do Queiroz são de compra e venda de carros, por que eram depositados por assessores

A farsa do Queiroz e o jornalismo farsante do SBT Sistema Bolsonaro de televisão Bergamasco foi a autora da capa contra  presidenta Dilma Rousseff na Isto É em que Dilma é apresentada como tendo surtos de descontrole - Créditos: Lourival Ribeiro (divulgação - SBT)
Entre os jornalistas, o SBT já vem sendo chamado de Sistema Bolsonaro de Televisão, tamanha a desfaçatez com a qual a emissora de Silvio Santos aderiu ao novo governo. Entre outras bizarrices, resgatou o programa Semana com o Presidente e o slogan Brasil, Ame-o ou Deixe-o. Ambos, produtos da ditadura militar.
Mas não foi só isso que o SBT fez para se tornar mais amigo do novo rei do que outros grupos de comunicação. Também foi se livrando de jornalistas mais sérios e contratando aqueles que fazem qualquer coisa para “subir na vida”.
A entrevista de ontem com Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, foi o encontro desses projetos. O dos interesses do dono do veículo, do governo que vai assumir e de uma profissional que tem feito qualquer coisa para aparecer, mesmo que seja jogar todos os fundamentos básicos do jornalismo no lixo.
Tão bizarras quanto as respostas de Queiroz, foram as perguntas e as não-perguntas da repórter Débora Bergamasco.



A quem interessar possa, a moça foi a autora da capa contra Dilma Rousseff na Isto É em que Dilma é apresentada como tendo surtos de descontrole e quebrando móveis no Planalto. Uma capa absurdamente machista e mais do que isso, feita só com base no “ouvi dizer”.
Bergamasco também foi a autora da capa da delação de Delcídio, que escondia tudo o que havia contra Aécio Neves no depoimento. E que, segundo colegas de redação da Isto É com os quais o blogue conversou à época, foi obtido via Aécio, que, inclusive, estava com a revista em mãos numa reunião com líderes do Congresso antes mesmo que ela houvesse chegado às bancas.



Não é incomum este tipo de trajetória de jornalistas que fazem qualquer coisa para ascender profissionalmente. Bergamasco é só mais uma entre tantos.
Ontem a entrevista já começa num jogo de cena sobre a doença do entrevistado. Ele fala que está defecando sangue e a jornalista pede permissão a ele para voltar ao assunto mais tarde. Ah, tá certo, quer dizer que alguém que está fugindo de depoimentos e é acusado de participar de um esquema de corrupção envolvendo o futuro presidente da República te insinua estar com câncer, você pede autorização para tratar do assunto com ele depois? É mais fácil acreditar nas respostas do Queiroz.
A entrevista segue com perguntas dóceis e sem qualquer contestação. O entrevistado diz que comprava carros de segurados para vender e que era bom de negócios. A jornalista não pergunta quantos carros ele comprou e vendeu e se tem esses registros, afinal carros são adquiridos com documentos de compra e venda. E não com pedaços de papel no bar da esquina. Principalmente de seguradoras.
A jornalista pergunta o nome do médico que atendeu o entrevistado quando ficou internado, ele diz se lembrar só do primeiro nome. Ela não insiste em saber mais nada. Nem perguntar quem o apresentou ou quais as referências do tal doutor. Sequer o nome do hospital.
Outra pergunta inocente, que qualquer cidadão que não tivesse feito jornalismo faria, se os 1,2 milhão que circularam na conta dele são de compra e venda de carros, por que eram depositados por assessores da ALERJ e retirados do banco sempre em quantias menores do que 5 mil reais. Às vezes em três agências diferentes no mesmo dia.
E mais básico ainda, por que eram depositados em dias próximos aos pagamentos desses servidores.
Em relação à família do Queiroz, a entrevistadora deixou barato a história da filha que é personal trainner, mas que trabalhava na “área de mídia” do gabinete, segundo o entrevistado. Nem um “como assim” escapou da boca de Bergamasco.
– Como assim uma pessoa que é formada em educação física é a responsável pela área de mídia do gabinete de um deputado?
Talvez até num descuido essa pergunta escaparia, tamanha a desfaçatez da desculpa.
Evidente que o que se deu ontem com Fabricio Queiroz não foi uma entrevista. Foi um encontro negociado entre o Sistema Bolsonaro de Televisão e o futuro presidente da República para tentar colocar panos quentes no assunto que está queimando a imagem do recém eleito. E Silvio Santos escolheu a nova imagem do jornalismo da casa para fazer o serviço ao estilo que ela fazia na Isto É.
Mas a despeito de tudo isso, a entrevista é reveladora de como a situação de Bolsonaro e sua tropa tende a se complicar se essa investigação avançar. Queiroz é um limítrofe. Uma pessoa que não consegue articular três frases sem cometer erros de português e de raciocínio. Certamente tem outras habilidades ou não ganharia 23 mil por mês e além disso empregaria toda a família em diferentes gabinetes dos Bolsonaros. Mas essas habilidades não resistem a um interrogatório bem feito e a uma apuração dos fatos com documentos.
As desculpas que ele escolheu são tão simplórias que qualquer ida a um cartório local basta para desmontá-las.
O fato é que a cada dia que passa a saga de Bolsonaro fica mais parecida com a de Fernando Collor. Até a camiseta usada por sua esposa Michelle provocando Lula e seus eleitores remetem a isso. Collor era mestre em usar camisetas. Uma que carregava a frase “o tempo é o senhor da razão”, nunca me saiu da memória. O tempo é o senhor da razão e essa suposta entrevista será tratada como o que foi quando a verdade vier à tona. Como uma farsa.
Edição: Blog do Rovai

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Empresa da família Ratinho é alvo de ação policial no Paraná

A maldição de ex-assessor também atingiu nesta segunda-feira (10), no Paraná, a família do apresentador Ratinho.
Empresa Solumedi da família Ratinho é alvo de ação policial no Paraná
Um assessor do governador eleito do Paraná, Ratinho Junior (PSD), chamado Lourival Aparecido Pavão, foi preso na manhã desta segunda-feira (10) pela Operação “Mustela” do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
“Mustela” é um gênero de mamífero popularmente conhecido como “furão”.
Pavão ocupava cargo em comissão no gabinete do Ratinho Junior (PSD), que era deputado estadual. Em agosto, o assessor foi transferido para a 1ª vice-presidência da Assembleia Legislativa do Paraná, ocupada pelo deputado Guto Silva (PSD), indicado para a chefia da Casa Civil pelo governador eleito.
De acordo com o Ministério Público, o assessor do governador eleito participa de um suposto esquema de propina entre médicos e empresários para furar a fila do Sistema Único de Sáude (SUS).
A empresa Solumedi da família de Ratinho estaria envolvida no esquema criminoso, segundo o Gaeco.
De acordo com propaganda do próprio Ratinho, a empresa realiza agendamento para atendimentos médicos. O apresentador do SBT até já fez propaganda para a companhia.
Assista ao vídeo:


DO Blog do Esmael

sábado, 1 de dezembro de 2018

Globo registra menor índice de ibope no país dos últimos três anos

A Globo, TV mais vista do país, está em um momento turbulento. Sua liderança ainda não está ameaçada, mas dados de audiência indicam que seu público definitivamente está caindo.
Globo registra menor índice de ibope no país dos últimos três anos
Novembro termina amanhã, mas já dá para afirmar que será o pior mês da Globo no ibope desde dezembro de 2015 em nível nacional.
A audiência em pontos está caindo também na Grande São Paulo, o coração da publicidade nacional. A emissora da família Marinho fecha o mês com 12,4 pontos de média no Painel Nacional de Televisão (PNT) nas 24 horas do dia.
E deve ficar com 15,1 pontos na faixa entre 7h e 0h (faixa comercial). Este último índice é o mais baixo dos últimos 35 meses. Cada ponto vale por cerca de 240 mil domicílios no PNT.
Mais que isso: em novembro, das 7h à 0h, a Globo vai ficar com o menor share (% de participação no universo de TVs ligadas) no PNT neste século --quiçá em todos os tempos: 33,5% (ou seja, cerca de 3,3 de cada 10 TVs ligadas sintonizando a emissora).
Apenas para efeito de comparação, 16 anos atrás, em junho de 2002 a Globo chegava a registrar quase o dobro: 60% de share. Como disse na abertura do texto, é uma fase turbulenta, mas não é nenhum fim do mundo.
(...) A cúpula da Globo alterou a hierarquia na casa numa evidente prova de que não está parada.
A emissora decidiu entregar a um jornalista (Mariano Boni) alguns programas que estão ou perdendo para a concorrência ou com performance abaixo do esperado.
(...)