quinta-feira, 31 de maio de 2018

Governo corta verbas no SUS, educação e segurança para viabilizar desconto no diesel, mas mantém as verbas gordas de publicidade para mídia amiga

Corte pro Povo e aumento  para midia amiga Governo corta verbas no SUS, educação e segurança para viabilizar desconto no diesel, mas mantém as verbas gordas de publicidade para mídia amiga
No total, foram extintas despesas que somam R$ 1,2 bilhão e envolvem áreas como a concessão de bolsas, a aquisição de áreas para a reforma agrária e o policiamento de rodovia
Diário Oficial da União (DOU), na edição extra desta quinta-feira (31), traz medida provisória que estabelece o cancelamento dotações orçamentárias em diversas áreas, como programas de fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), concessão de bolsas, aquisição de áreas para a reforma agrária e policiamento de rodovias, entre outras.
No total, foram extintas despesas que somam R$ 1,2 bilhão. A meta é viabilizar recursos para o programa de subsídio do óleo diesel, que manterá preços fixos do combustível até o fim do ano.
O governo também vai usar recursos de reservas de contingência que não estavam sendo usadas porque extrapolam e emenda do teto dos gastos, no valor de R$ 6,2 bilhões, bem como uma outra reserva de capitalização de empresas públicas: R$ 2,1 bilhões.
Além disso, o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, anunciou a sanção do projeto de reoneração da folha de pagamento para 39 setores da economia, que vai gerar economia de R$ 830 milhões, além da redução e eliminação de incentivos fiscais para exportadores e indústrias química e de refrigerantes, somando outros R$ 3,18 bilhões. No total, o governo espera arrecadar R$ 13,5 bilhões para viabilizar o desconto no diesel.
Corte nos ministérios
Segundo o secretário-executivo do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Gleisson Cardoso Rubin, o corte orçamentário foi pulverizado entre praticamente todas as pastas federais e se deu sobre despesas que já estavam bloqueadas.
“Esse cancelamento vai se dar na parcela dos recursos que estavam contingenciados [bloqueados], de modo que nós não teremos de solicitar devolução de recursos que já haviam sido destinados. Naturalmente, reduz o espaço de ampliação das dotações que estão consignadas atualmente”, explicou.
Reoneração
No caso do projeto de reoneração sobre a folha de pagamento, o governo vetou outros 11 setores que haviam sido excluídos do projeto aprovado pelo Senado na terça-feira (29). Com isso, permanecem beneficiados pelo incentivo fiscal do governo, até 2020, 17 segmentos.
“[Permanecem] setores que desde o início o governo decidiu que deveriam ser mantidos [na desoneração] e aqueles que estavam na medida original, setores calçadistas, têxteis, de confecção e tecnologia da informação. A retirada foi daqueles novos que haviam sido incluídos nesse processo legislativo. A intenção era eliminar e não acrescentar novos setores, preservando os setores iniciais desse programa”, explicou Jorge Rachid ao detalhar os critérios dos vetos do presidente Temer sobre áreas que o Congresso Nacional havia mantido no programa de desoneração.
O Projeto de Lei 8.456/17  trata da redução das renúncias fiscais sobre folhas de pagamento, prevendo o fim da desoneração de determinados setores da economia. A intenção é, com a chamada reoneração, aumentar a arrecadação do governo.
Veja a lista de setores que vão continuar se beneficiando com a desoneração da folha:
1) calçados
2) call center
3) comunicação
4) confecção/vestuário
5) construção civil
6) empresas de construção e obras de infraestrutura
7) couro
8) fabricação de veículos e carroçarias
9) máquinas e equipamentos
10) proteína animal
11) têxtil
12) tecnologia da informação
13) TIC tecnologia de comunicação)
14) projeto de circuitos integrados
15) transporte metroferroviário de passageiros
16) transporte rodoviário coletivo
17) transporte rodoviário de cargas.
Da UOL JP

terça-feira, 15 de maio de 2018

Documentos dizem que Roberto Marinho (Rede Globo) foi principal articulador da Ditadura Militar

Em telegrama ao Departamento de Estado norte-americano, embaixador Lincoln Gordon relata interlocução do dono da Globo com cérebros do golpe em decisões sobre sucessão e endurecimento do regime
Em telegrama ao Departamento de Estado norte-americano, embaixador Lincoln Gordon relata interlocução do Roberto Marinho  dono da Globo com cérebros do golpe em decisões sobre sucessão e endurecimento do regime


No dia 14 de agosto do 1965, ano seguinte ao golpe, o então embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Lincoln Gordon, enviou a seus superiores um telegrama então classificado como altamente confidencial – agora já aberto a consulta pública. A correspondência narra encontro mantido na embaixada entre Gordon e Roberto Marinho, o então dono das Organizações Globo. A conversa era sobre a sucessão golpista.
Vejam Tambem Exaltação e propaganda da Ditadura Militar na Rede Globo 1975
Segundo relato do embaixador, Marinho estava “trabalhando silenciosamente” junto a um grupo composto, entre outras lideranças, pelo general Ernesto Geisel, chefe da Casa Militar; o general Golbery do Couto e Silva, chefe do Serviço Nacional de Informação (SNI); Luis Vianna, chefe da Casa Civil, pela prorrogação ou renovação do mandato do ditador Castelo Branco.
No início de julho de 1965, a pedido do grupo, Roberto Marinho teve um encontro com Castelo para persuadi-lo a prorrogar ou renovar o mandato. O general mostrou-se resistente à ideia, de acordo com Gordon.
No encontro, o dono da Globo também sondou a disposição de trazer o então embaixador em Washington, Juracy Magalhães, para ser ministro da Justiça. Castelo, aceitou a indicação, que acabou acontecendo depois das eleições para governador em outubro. O objetivo era ter Magalhães por perto como alternativa a suceder o ditador, e para endurecer o regime, já que o ministro Milton Campos era considerado dócil demais para a pasta, como descreve o telegrama. De fato, Magalhães foi para a Justiça, apertou a censura aos meios de comunicação e pediu a cabeça de jornalistas de esquerda aos donos de jornais.
No dia 31 de julho do mesmo ano houve um novo encontro. Roberto Marinho explica que, se Castelo Branco restaurasse eleições diretas para sua sucessão, os políticos com mais chances seriam os da oposição. E novamente age para persuadir o general-presidente a prorrogar seu mandato ou reeleger-se sem o risco do voto direto. Marinho disse ter saído satisfeito do encontro, pois o ditador foi mais receptivo. Na conversa, o dono da Globo também disse que o grupo que frequentava defendia um emenda constitucional para permitir a reeleição de Castelo com voto indireto, já que a composição do Congresso não oferecia riscos. Debateu também as pretensões do general Costa e Silva à sucessão.
Lincoln Gordon escreveu ainda ao Departamento de Estado de seu país que o sigilo da fonte era essencial, ou seja, era para manter segredo sobre o interlocutor tanto do embaixador quanto do general: Roberto Marinho.
Documentos dizem que Roberto Marinho Rede Globo foi principal articulador da Ditadura Militar
Documentos dizem que Roberto Marinho Rede Globo foi principal articulador da Ditadura Militar
O histórico de apoio das Organizações Globo à ditadura não dá margens para surpresas. A diferença, agora, é confirmação documental.
Fonte: MPortal via JusBrasil

quinta-feira, 10 de maio de 2018

Argentina: previsão de Míriam Leitão escrita em 2017 viraliza na rede

A previsão da jornalista virou do avesso e a Argentina caiu em uma crise cambial profunda, tendo que recorrer ao FMI novamente, após 18 anos
Argentina: previsão de Míriam Leitão escrita em 2017 viraliza na rede
Uma previsão econômica para a Argentina escrita pela jornalista Míriam Leitão no Globo, em outubro de 2017, logo após a vitória de Maurício Macri, voltou com força e viralizou nas redes nesta quarta-feira (9). Naquele momento, há um ano, Míriam previa:

“A economia da Argentina está em recuperação e pode crescer 3% este ano e 4% no ano que vem. Isso explica em parte a vitória do presidente Mauricio Macri nas eleições do último final de semana. O ajuste promovido pelo governo já traz resultados concretos que começam a ser percebidos pela população. A recuperação do Brasil também tem ajudado, pelas fortes relações comerciais entre os dois países.”
Hoje, meses depois da previsão da jornalista especializada em economia, o presidente argentino teve que recorrer ao FMI novamente depois de 18 anos, por conta de problemas em sua balança de pagamentos. O déficit das contas governamentais da Argentina permanece em torno de 6% e o PIB cresceu apenas 2,9%.
O governo argentino pretende obter uma linha de crédito – que qualificou de “preventivo” – de ao menos US$ 30 bilhões. A medida contraria declarações do próprio ministro da Fazenda argentino, Nicolás Dujovne, que em março de 2017 prometera que o país não voltaria aos empréstimos do FMI.
A intenção do pedido de crédito do governo Macri é conter a sangria que se estabeleceu na situação cambial argentina, com a recente escalada do dólar que já levou o governo a subir a taxa de juros de 22% para 40%.
O aumento significativo dos juros não acalmou o mercado e a fuga de capitais continuou. Nesta terça-feira (8), antes do anúncio do pedido de auxílio, a moeda americana bateu novo recorde, chegando a 23,40 pesos.
Fonte Revista Forum