A maior nojeira do capitalismo radical que se instalou no mundo, principalmente dos anos 80 para cá, com fortes bases “financistas”, é convencer que suas vitórias são meramente pessoais. Convence a quase todos, que cada um é apenas um ser isolado, cuja coletividade tem peso mínimo em sua existência.
Hoje, a Globo passou mais um desses atestados de idiota, que muita gente assina e assume como seu. A matéria exibida repetidas vezes muda o nome de “Empobrecimento da classe média reduz vagas de faxineiros” para “Cresce o número de brasileiros que põem a mão na massa”. Vocês sabem o que é esse “mão na massa”? Segundo a matéria, são pessoas que estão fazendo trabalho doméstico, algo depreciativo do ponto de vista das Classes A e B. Mais, para piorar, esse crescimento está atingindo mais a quem? Às mulheres, é claro. As classes A e B são as mais misoginas e atrasadas mentalmente, tanto que o golpe provém dessa turba.
Essa transposição de culpa é comum na mídia. Outra evidência comum disso, são as matérias do tal de Max Gehringer, que doutrina os idiotas, para que obedeçam o patrão. Nessas matérias, o empregado está sempre errado e os assuntos são sempre algo do tipo: “Como pedir um aumento ao seu patrão” mas, que deveria se chamar “Como se humilhar da forma correta e conseguir um aumento”. Ou seja, o rico e o empregador é um santo que está sempre certo e você, não passa de um qualquer a se adaptar ao emprego, para não perdê-lo jamais. Mas, se chegar a ser despedido, a culpa é sua que não se adaptou à vida da empresa. Será mesmo que o sistema é tão santo assim?
É por isso, que a maior nojeira do capitalismo é criar indivíduos que não se reconhecem como parte de um todo coletivo. Nesse caminho, em que a pessoa acha que as vitórias econômicas são estritamente individuais, o ser se torna um objeto destacável da realidade, cuja situação política é apenas motivação de ódio e sua identificação com suas reais liderança não acontecem. Ou seja, um sujeito que já foi mentalmente danificado pelo capitalismo está sempre doutrinado a não reconhecer no outro a legitimidade do ser. Passa, de forma egoísta a existir mentalmente isolado e acredita na cenoura que está a sua frente, que jamais será alcançada, como um burro usando “olheiras”. Passa, assim, a considerar que tudo pode estar bem, desde que possa consumir suas bobagens caras. Tornam, portanto, zumbis sociais prontos ao ódio da mídia e ao suplício de se adaptar a um sistema doente, que acaba por fazer acreditar que quem está errado é você. O resultado é óbvio, remédio psiquiátrico para evitar o suicídio.
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